terça-feira, 3 de novembro de 2009

Espelho, o primeiro.

Ao contrário de Alberto Caeiro, escrevo com pensamento, contrariando Fernando Pessoa, não preciso de utilizar a minha criatividade para a criação de seres inexistentes para o comum humano simplesmente para mostrar as diferentes estações por onde a minha intelectualidade andou, ou até se encontra.
E penso, e é bom pensar, é bom encontrar-me num rochedo, com o fumo a planar sobre a minha cabeça, obstruindo a minha visão, tal como se estivesse cego, pensando na simples acção de "fazer" a cama pela manhã, e porquê tal acção(?), se quando a noite cair e todos os pensamentos que me atormentam voltarem para fazer da minha vida uma pocilga, (sem desrespeitar o grande ser que nos oferece o bacon, o porco) irei ter de "desfazer a cama" só para tentar desligar a electricidade que me faz mover. Já há uns anos largos que não paro, porque mesmo dormindo o meu consciente não apaga tudo o que faz com que a minha vida não me agrade.
Tal e qual o meu Colega Caeiro, faço da frase de Quintus Horatius Flaccus, CARPE DIEM, a minha filosofia de vida. Aproveito o momento em que escrevo, aproveito o momento em que penso, quer esse pensamento seja bom quer seja mau, aproveito-o somente porque pensando faz com que exista, segundo Déscartes.
Preferia ter objectivos, preferia deambular, preferia ter inúmeras qualidades, mas preferindo não faz com que tal exista. Não deambulo, não tenho objectivos, o comodismo faz de mim uma boa pessoa aos olhos de qualquer outro ser humano, mas eu não gosto de uma pessoa assim.
Escrevo para fazer com que o tédio não se apodere de mim.

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