segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Passer, da família Passeridae.

Já à muito que os vejo a voar sem querer pousar na minha gaiola.
Por outro lado, deixar o adito aberto é que se tornou num plano enfadonho e com uma taxa de insucesso acima da média.
Hoje saí à caça. Visei o primeiro, e que belo pardal!
Depois de algum tempo com a cárcere vazia, não podia mostrar o meu lado mesquinho, não o fiz, não houve necessidade.
Em toda a minha vida foram poucos os pássaros desta espécie nos quais pus a minha vista em cima.
Nunca fui um homem de caça, muito menos de pardais.
Mas este...
Era grande, robusto, tinha um cantar que os meus ouvidos não se cansavam de ouvir.
Nos meus sonhos mais perversos, nas minhas fantasias mais eróticas era o pardal que sempre quis enjaular.
Esta estonteante mistura de adrenalina e ansiedade andava desaparecida.
A minha inexperiência na perseguição, contrastou com a maturidade do pardal, sábio de todas as manhas da mesma.
Pelo meu latim já todos perceberam que o deixei escapar.
Por incrível que pareça o meu lado negativo deu lugar ao positivismo, e até vou adequar uma "frase feita" à minha prosa:
O que dá mais gozo é a caçada, mesmo que voltes para casa de mãos a abanar.
Estou confiante que o vou voltar a ver, voltar a ouvir aquele chilrear.

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