segunda-feira, 16 de março de 2015

duro como uma pedra

No caminho para casa pontapeei despropositadamente uma pedra que estava desalinhada, deslocada e que pertencia a uma bela calçada.
Por momentos pensei em coloca-la de volta onde pertencia, mas não, trouxe-a comigo.
Era tão grande e pesada que sem querer o meu bolso deformava, pensei em larga-la, mas não, carreguei-a no longo caminho até casa.
Agora, no meu lar, depois de a carregar decidi nomeá-la. Esta era a Saudade. (Escrevi eu numa das superfícies da mesma)

Semanas após ter aberto a minha porta à Saudade, o sentimento de culpa começou a apoderar-se de mim:
-Apesar de agora ter um teto, aposto que se sentiria melhor ao lado das outras, a embelezar a calçada!
-Onde estarias melhor? Preso sem ver o sol? Ou a brilhar, ao reflecti-lo? - questionei-me.

Pus as pernas ao caminho, quando cheguei, ajoelhei-me e ao tentar recoloca-la de uma forma desajeitada, retirei a que mesmo ao lado pousava...

Esta já tinha pertencido a outrem, já tinha sido nomeada. Segredo era pelo qual era tratada.
Voltei a junta-las, a coloca-las onde pertenciam.
E deparei-me que a Saudade e o Segredo andam de mãos dadas já à muito tempo, avigoram qualquer que seja o tipo de relação, e aí afirmei a mim mesmo que não podia haver nenhum tipo de separação.

E ali fiquei, com o fumo do meu cigarro a pairar, somente a admirar, aqueles dois belos calhaus.


batalha campal cerebral

Hoje quem escreve é o que mais se interessa com a imagem transmitida com as minhas palavras.
Hoje quem escreve é o que vê por fora, todos os outros escreverem.
Hoje quem escreve é o que se preocupa com a incoerência que é apresentada quando acabou de ler tudo o que já tinha escrito anteriormente.
Umas vezes são nuvens, outras vezes é sol e agora até a lua!
Umas vezes a palete de cores é alegre, outras é triste.
A nossa vida acaba sempre por ser uma constante mudança.
Mas é de fácil percepção perceber que a mesma é feita de luz, ou de escuridão.
E é aqui que incoerência se transforma, e..
Hoje quem escreve é o que aniquilou a ideia de existirem outros a escrever.
Hoje quem escreve é o mesmo de sempre.

segunda-feira, 9 de março de 2015

full moon feelings

Cada dia que passa, cada dia me encontro mais.
E agora no escuro, somente com o luar a iluminar o meu quarto descobri que também consigo explodir quando estou feliz.
A lua cheia e o nevoeiro combinam, mas hoje não é o caso.
Ela fez um pacto com o vento, e juntos criaram este esporádico ambiente.
Há tanta luz lá fora!

Não, ainda não cheguei à estação do ano que tanto anseio e tanto falo nos meus desabafos.
Somente conheci um local especial.
Onde posso ser eu.
Sem ter de acrescentar, ou retirar algo de mim para permanecer dourado.
Onde um abraço apertado é mais reconfortante que a comida da mãe depois de um mês em viagem.
Onde perdemos a noção do tempo. E todos nós sabemos que se trata de um bom sinal quando os ponteiros começam a rodar três vezes mais depressa que o normal.
Agora aquela história do Adão e da Eva, e do fruto proibido começa a fazer sentido.

Só queria alguém que me beliscasse neste instante, para ter a certeza que não estou perdido em mais uma brincadeira do meu subconsciente.