quinta-feira, 28 de julho de 2016

empty?

Não estou acostumado a estar nesta situação, até porque nunca pesquei, sempre fui pescado.
Depois de saciado, sempre olhei para o meu umbigo e pus de lado quem me saciou.
Sempre fui gelado, duro e gelado.

A minha armadura desfez-se.

Agora que encontrei algo que procurava à algum tempo, não a consigo agarrar, foge-me por entre os dedos.
Os pontos corporais, que em pouco tempo foram minuciosamente descobertos.
As horas entrelaçados, com o aroma natural a percorrer lentamente as minhas fossas nasais.
Os variados interesses comuns, que dificilmente aparecem neste mundo.

Quando o encaixe é difícil, dá ainda mais gozo quando acontece.

A cada dia que passa afundo-me cada vez mais nesta areia movediça, e quanto mais me mexo, mais me afundo.
Já perdi muito por ser orgulhoso.
Desta vez dei a mão a torcer, mas não dou braço.
Prefiro viver na incerteza do que de mal fiz, e viver de cara lavada.

Eu mereço isto tudo.

Neste momento sou uma festa, uma festa na recta final, onde as emoções que em mim residem são o êxtase, e o desapontamento.
Estou feliz a viver os últimos minutos e triste por saber que o final está para chegar.

O que me faz tão bom no que faço é a minha procura por preencher vazios, vou continuar a ocupar-me para que não apareçam pensamentos que me atormentem.

Consigo sempre tudo o que quero, e a minha motivação é canalizada no sentido de me fazer crescer.





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